4 de out. de 2011

Violência Infantil - Papo Sério :(




A Violência Doméstica Infantil acontece de diversas formas, umas mais graves, que deixam sequelas irreversíveis e outras, não menos graves, mas que as sequelas são amenizadas com o tempo.
"Falar" sobre a violência que acontece com os outros é muito fácil, acontece em cada esquina, basta prestar um pouco mais de atenção ao redor.
Hummm, mas só de imaginar que a violência está ao nosso redor e NÓS devemos torná-la inexistente, mas não a fazemos... Ahhhh dói um tantão o coração!

A violência (inclusive sexual), negligência, abuso ou maus-tratos infantis é um fenômeno encoberto por segredo, “um muro do silêncio”. É um tabu, por isso o combate à essa violência torna-se MUITO mais difícil. 
Normalmente o abusador  é alguém aparentemente normal e querido pela criança e pelo adolescente, é  uma pessoa que já conhece, pode ser: pelos pais, padrasto/madrasta, avô/avó, tios, amigos da família, vizinhos, colegas da escola, professor, babá ou mesmo médico. Assim, quando a criança conta ou procura algum adulto, este não acredita e reforça o silêncio e medo da criança em busca de ajuda.
 Daí todas as mudanças comportamentais. A criança não inventa que foi abusada. Portanto investigue e ajude. Ela precisa!


O Fato é que nós, ODONTOPEDIATRAS, estamos em contato constante com nossas crianças, estudamos diversos métodos para conhecê-las e classificá-las de acordo com o comportamento de cada uma. E só então, passamos a estabelecer a abordagem interpessoal, respeitando seus limites e garantindo a sua confiança, tudo com muito carinho, amor e paciência.

Portanto, o Cirurgião-Dentista é capaz de perceber facilmente qualquer mudança em seu paciente, colocando-se em uma posição "extremamente favorável para identificar abusos ou negligências infantis".
A maioria dos casos de abuso e violência infantil acontece em domicílio e as sequelas geralmente são traumas, marcas de mordidas, queimaduras, hematomas e ferimentos em regiões da cabeça, face, boca e pescoço.

 
A boca é bem traumatizada em casos de abuso infantil, afinal é por onde a criança pode pedir socorro, fazer barulho, gritar... e apresentam geralmente hematomas, lacerações, queimaduras, equimoses, indicativos de mordaças...


Por isso, muitas vezes, o responsável pela criança que sofreu a agressão busca o tratatamento com o dentista, mas não procura um médico.

Sintomas que a criança pode ter: (Comportamentos Comuns)
  • Mudança de comportamento;
  • Torna-se mais introspectiva;
  • Torna-se mais agressiva;
  • Têm marcas (hematomas, arranhões etc...) pelo corpo;
  • Interesse excessivo ou negação de natureza sexual;
  • Masturbação excessiva, ou exibicionismo;
  • Problemas com o sono ou pesadelos;
  • Depressão ou isolamento de seus amigos e da família;
  • Achar que têm o corpo sujo ou contaminado;
  • Ter medo de que haja algo de mal com seus genitais;
  • Comportamento suicida;
  • Terror e medo de algumas pessoas ou alguns lugares;
  • Respostas ilógicas sobre machucados em suas genitais.
Danos nas crianças e adolescentes 
De curto prazo
  • Físicos: pesadelos e problemas com o sono, mudança de hábitos alimentares, perda do controle dos esfíncteres.
  • Comportamentais: consumo de drogas, fugas, condutas suicidas ou de auto-flagelo, hiperatividade, diminuição do rendimento escolar.
  • Emocionais: medo generalizado, agressividade, culpa, vergonha, isolamento, ansiedade, depressão, baixa auto-estima, rejeição ao próprio corpo (sensação de sujeira).
  • Sexuais: conhecimento sexual precoce e impróprio para sua idade, masturbação compulsiva, problemas de identidade sexual.
  • Sociais: déficit de habilidades sociais, retração social, comportamentos anti-sociais.
De longo prazo
Algumas consequências tornam-se permanentes ou podem piorar com o tempo.
  • Físicos: dores crônicas gerais, hipocondria ou transtornos psicossomáticos, alterações do sono, problemas gastrointestinais, pesadelos constantes, desordem alimentar
  • Comportamentais: tentativa de suicídio, consumo de drogas e álcool, transtorno de identidade.
  • Emocionais: depressão, ansiedade baixa auto-estima, dificuldade para expressar sentimentos.
  • Sexuais: fobias sexuais, disfunções sexuais, falta de satisfação, alterações da motivação sexual, maior probabilidade de sofrer estupros e de entrar para a prostituição, dificuldade de estabelecer relações sexuais.
  • Sociais: problemas de relação interpessoal, isolamento, dificuldade de vínculo afetivo com os filhos.


Para um diagnóstico real, o cirurgião-dentista deve analisar todo e qualquer ferimento, hematoma, equimose, observando sempre o relacionamento responsável-dentista-criança, deve-se atentar para mudanças de comportamentos da criança e fazer uma abordagem natural com a criança e, separadamente, com o responsável.
A partir dessas abordagens notam-se as discrepâncias entre os sinais clínicos e as histórias contadas pelos responsáveis e pelas crianças.
Em casos de violência sexual, os sinais físicos são MENOS perceptíveis para a odontologia. Diante disso, deve-se estar atento ao comportamento e relação criança-responsável-dentista.


Alguns sinais indicativos de violência sexual com a criança para o dentista são: eritemas, úlceras, vesículas com secreções purulentas nos lábios e céu da boca, presença de gonorréia na língua, lábios, faces, condiloma (HPV) na região de cabeça e pescoço, sífilis na região oral, eritemas e petéquias no céu da boca, dentre outros.

É necessário que nós, cirurgiões-dentistas, identifiquemos os maus-tratos, abusos, violência (inclusive sexual), negligências, façamos o registro e denunciemos aos órgãos responsáveis pela defesa das nossas crianças- Conselhos tutelares (existe protocolo para a notificação). 
A finalidade principal, além de punir o agressor, é de fato garantir que a criança não sofra novos atos violentos. Na verdade é evitar, prevenir a morte dos nossos pequeninos.
Além de profissionais responsáveis pela criança na nossas mãos, somos pessoas responsáveis pelo bem, pela defesa, pela felicidade e pelo amor ao próximo. Somos Dentistas e Defendemos essa causa! 

A simples SUSPEITA de abuso e negligência, violência infantil precisa ser notificada e denunciada aos órgãos protetores da criança e adolescentes. 


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