Nesta fase, o medo faz parte do amadurecimento emocional dos bebês agindo como sinal de alerta diante dos perigos. Sendo assim, é exatamente partindo do tipo de experiencia que obtiver ou que imaginar que o medo será gerado ou não.
Os pais precisam estar atentos aos sinais que seus filhos expoem para encontrar o equilíbrio entre o medo saudável, que irá protegê-lo, e o medo exacerbado, que se transforma em pavor!
Assim...
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# ...as crianças podem ter medos reais, causados por vivência da mesma em consultórios ou clínicas médicas, hospitais, creches, escolas, dentre outros... existindo correlação do que sofreu com o que poderá acontecer e sentir, é o medo verdadeiro.
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# ...ou podem criar medos e ansiedades derivados de algum estagio secundário, como medo de escuro, monstros ou mesmo observando pessoas ao redor do ambiente em que vivem. Podem ser os próprios pais, parentes, coleguinhas que passaram por experiências desagradáveis.
A primeira experiência em qualquer situação gera expectativas, tanto nas crianças quanto em adultos, não é mesmo?!
Ao levar seu filho pela primeira vez ao dentista, será exatamente assim... Expectativa!
Todos nós temos medo do desconhecido, lembrando que pode ser agravado com relatos de sofrimento no dentista.
Os pais devem ter muito cuidado ao levar seus filhos ao Odontopediatra. Qualquer expressão facial ou demonstração de insegurança pode ser desencadeadora de medo ou ansiedade na criança.
Quando marcarem a primeira consulta, os pais precisam conversar com o profissional para serem orientados como devem proceder.
Alguns exemplos:
* Quando oferecemos um pirulito a criança pela primeira vez, retiramos o invólucro e o entregamos. Não ficamos falando que o " pirulito é bom, gostoso, bonito, doce...".
* No caso do Odontopediatra, a tendência dos pais é tentar minimizar a própria ansiedade dizendo: "O(A) Tio(a) dentista é legal, muito bonzinho(a), vai só olhar seus dentinhos, você vai gostar muito dele(a)."
Essas mensagens passam para a criança que os próprios pais: estão ansiosos, com medo do comportamento, medo de que a criança tenha medo, estão perdidos e não sabem o que fazer. Também não sabem se o dentista é bonzinho e por aí vai...
Diante deste contexto, a criança chegará para nós, Odontopediatras, assustadas, ansiosas, não nos olha, olhos pregados nos pais, o único porto-seguro!
A adaptação da criança ao Odontopediatra deve ser cautelosa e paciente, estabelecendo uma relação de confiança.
A criança precisa saber que está ali para ser bem tratada, para ter saúde, para uma educação à longo prazo e que ali está segura.
Conselho aos pais I
Após buscar o Odontopediatra que mais lhe agrada ou lhe dê segurança (Dica: você pode visitá-lo antes de levar sua criança):
# Marque e leve seu filho informando apenas no dia da consulta que ele irá ao dentista para limpar os dentinhos e pronto!
# Não faça promessas de presentes ou chantagens!
# Outras informações só serão dadas se ele pedir.
# O Especialista estará apto para recebê-lo e orientá-lo da melhor forma possível.
# Cada idade terá uma reação diante da nova situação de acordo com seu desenvolvimento psicoemocional.
# Os pais devem ter em mente que o choro é uma situação normal, principalmente em crianças menores... É a liberação das tensões.
E atenção... Crianças que estão passando por fortes emoções como o nascimento de um irmão; que já passaram por perdas de entes queridos, que tiveram contatos com a morte de alguma forma; que passaram por longos períodos de hospitalização... são crianças que podem sofrer regressão comportamental, o Odontopediatra deve ser informado para lidar adequadamente com a situação.
Conselho aos pais II
Caso a criança já tenha passado por alguma experiência desagradável com algum dentista, mesmo Odontopediatra, e o medo seja realidade:
# Marque o dentista e avise-a apenas no dia que precisará ir a um NOVO Odontopediatra.
# Converse, lhe dê atenção, ouça-a, deixe-a falar, mas não gaste tempo demais falando sobre isso para evitar que a criança fique ainda mais ansiosa.
# Mude de assunto, distraí-a com brincadeiras e algo que ela goste.
# Não faça promessas, como se ficar quietinha te dou uma bala quando a gente sair...
# Não conte histórias, tipo sobre a bruxa má que levou o garotinho ao dentista e lá tinha fadas...
# Avise ao dentista sobre a experiência desagradável.
# Não demonstre insegurança, não intervenha na consulta.
Lembre-se que em caso de medo real, a criança já teve uma experiência desagradável e neste momento será necessário enfrentar o próprio medo, construir uma nova concepção, uma nova adaptação, e contará com a segurança dos pais para lhe encorajar.
Note que segurança não significa interferência.
O Odontopediatra estará atento à criança, o medo excessivo causa reações fisiológicas perceptíveis ao especialista que reagirá como necessário.
Aconselhamos que crianças sejam tratadas por Odontopediatras, independente da idade, de ter ou não medo, pois estes estão preparados para qualquer situação junto aos pais!